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EUA: Fechar Guantánamo – não amanhã, mas hoje

Não há necessidade de aguardar transferências ou a criação de comissões militares

A Human Rights Watch reiterou hoje, em uma carta ao presidente George W. Bush, seu pedido para fechar imediatamente o centro de detenção na Baía de Guantánamo. A Human Rights Watch disse que a detenção contínua de centenas de homens sem acusação formal minou os esforços dos EUA para acabar com o terrorismo.

“Guantánamo prejudicou os Estados Unidos muito mais do que prejudicou seus inimigos”, disse Jennifer Daskal, conselheira jurídica sênior para contraterrorismo da Human Rights Watch. “Seu fechamento ajudaria a restaurar a autoridade moral que a América precisa para combater eficazmente o terrorismo e promover o Estado de Direito.”

Uma matéria da Associated Press publicada ontem relatou que o destino de Guantánamo estava agendado como ponto de discussão em um encontro de alto nível marcado para hoje na Casa Branca. Funcionários da Casa Branca logo fizeram uma declaração reiterando seu desejo de fechar Guantánamo, mas negaram que tal encontro aconteceria. A Casa Branca também sugeriu que várias etapas precisam ser tomadas antes do fechamento, incluindo a criação de comissões militares nos Estados Unidos e a repatriação de detentos que já foram liberados para serem soltos ou transferidos.

A Human Rights Watch disse que nenhuma das etapas propostas é um motivo legítimo para retardar o fechamento de Guantánamo. Os tribunais federais dos Estados Unidos já se mostraram muito melhor preparados para julgar terroristas do que as comissões militares. Nos últimos cinco anos e meio, os tribunais federais condenaram com sucesso centenas de pessoas por crimes ligados a terrorismo, incluindo dezenas por atos terroristas cometidos em outros países. Em comparação, as comissões militares conseguiram condenar somente uma pessoa, que confessou sua culpa: o australiano David Hicks, que recebeu uma sentença de nove meses, que ele está cumprindo em seu país. Além disso, não há motivo para que detentos que foram liberados para serem soltos ou transferidos não possam ser repatriados a partir dos Estados Unidos, em vez de Guantánamo.

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