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‘Crip Camp’ leva a revolução da inclusão ao Oscar

A Academia Deve Garantir Entrada Acessível para o Palco da Premiação

Poster do filme, Crip Camp: a revolução da inclusão. © Netflix

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou na semana passada que “Crip Camp: a revolução da inclusão” foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário. O filme, lançado pela Netflix em março de 2020 e exibido no Human Rights Watch Film Festival, conta a história de um grupo de jovens em um acampamento de verão que ajudou a desencadear o movimento pelos direitos das pessoas com deficiência nos Estados Unidos. O movimento foi responsável pela adoção de importantes políticas de direitos das pessoas com deficiência, que abriram caminho para o American with Disabilities Act (ADA), legislação revolucionária  que influenciou a luta pelos direitos das pessoas com deficiência em todo o mundo. O filme teve um grande impacto na conscientização sobre a inclusão de pessoas com deficiência em todas as áreas da sociedade, incluindo as artes.

O diretor e produtor de “Crip Camp”, Jim Lebrechtv é cadeirante. Ele e outras pessoas em cadeiras de rodas devem conseguir experimentar o momento único de surpresa e emoção ao subir ao palco para receber uma estatueta, assim como todas as outras estrelas fazem. No momento desta publicação, um funcionário do Oscar disse que estava priorizando a coleta de informações sobre as "necessidades específicas" dos indicados ao Oscar e de seus convidados, das quais eles "precisam estar cientes e reagir", contudo ainda não podiam especificar as medidas que seriam tomadas para garantir a acessibilidade do evento às pessoas com deficiência.

A acessibilidade física para uma pessoa em cadeira de roda deve incluir itens como rampas e acesso a entrada principal, como aos demais convidados.

Pessoas com deficiência em todo o mundo costumam ser segregadas de várias maneiras, incluindo educação, moradia e emprego. Ter uma entrada separada para um vencedor do Oscar, por exemplo, correria o risco de reforçar a ideia errada de que as pessoas com deficiência não têm direito ao acesso em condições de igualdade com as outras pessoas.

A Academia tem uma grande oportunidade de mostrar seu compromisso com a revolução da inclusão instalando uma rampa no palco quando apresentar a premiação em 25 de abril. Isso é crucial para reforçar as poderosas mensagens de “Crip Camp”, independentemente de o filme ganhar um Oscar ou não.

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